concreto de alta resistencia
Em: 09/06/2011 às 09:09h por Valor Econômico
Orgulhoso do lago com peixes nos jardins do escritório, no bairro do Pacaembu, em São Paulo, o economista Antônio Delfim Netto olha para as árvores do entorno à procura dos sabiás, que chegam em bandos. "Quando menino, os passarinhos iam para a frigideira; agora os preservamos, porque há uma nova consciência que se apropria da gente e por isso é difícil uma empresa não ter hoje algum programa ambiental ou não se preocupar com a sustentabilidade", conta.
As décadas passaram e hoje o dilema das mudanças climáticas e a escassez de recursos naturais, com reflexos na economia e nas condições sociais, impõem mudanças na gestão empresarial. "A visão de que o mundo é finito e o uso da natureza tem limites nunca foi tão forte como nos dias atuais, embora o princípio de que o desenvolvimento é dinâmico e envolve variáveis além da econômica exista há 50 anos", diz Delfim.
Ele lembra que, no Brasil, a primeira influência das questões ambientais em grandes projetos ocorreu com a mineração em Carajás (PA), em 1980, quando a Comunidade Europeia exigiu redução de impactos para liberar o financiamento. A preocupação evoluiu ao ponto de hoje os economistas estudarem formas de incluir índices de sustentabilidade ambiental e social em contas nacionais. "Não se pode produzir PIB sem gerar carbono e esse fator está sendo incorporado nos projetos das empresas e deve compor o cálculo que mede a economia."
Pela primeira vez no país, com o lançamento da base de dados do Programa Brasileiro GHG Protocol, em agosto, grandes corporações reportarão publicamente quanto emitem de carbono. "É um movimento que veio para ficar", atesta Mario Monzoni, diretor do Centro de Estudos em Sustentabilidade, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). No entanto, diz, "trata-se de uma economia ainda marginal que, misturada com velhas tradições, gera esquizofrenias, como a contradição entre as prioridades do governo no petróleo do pré-sal e