CONCLUS O
A modernização dos portos é um caso particular da inserção brasileira no processo global de comércio internacional em um setor que teve a intervenção do Estado como fator de dinamização da economia nacional. Essa inserção se inscreve na articulação estrutural do capital dos últimos 35 anos que, na busca de reorganização dos espaços da produção de valor sob formas novas tecnologicamente mais desenvolvidas, proporcionou uma Transformação global que trouxe dimensões qualitativas novas para a vida dos trabalhadores, em especial do setor portuário de Santos. As mudanças produzidas pelo processo de privatização da área portuária e as novas formas de controle social da produção advindas de formas mais desenvolvidas da tecnologia e da gestão do trabalho marcam as novas disputas entre o capital e o trabalho. Analisou a experiência de vida dos estivadores do porto de Santos, que nos remete à construção de significados que orientam os meios de produção historicamente constituídos e a percepção que eles adquirem de si próprios e dos objetivos das suas vidas. Não se trata de alguma força exterior atuando sobre um material bruto, nem tampouco existe a suposição de que essa experiência foi gerada espontaneamente pelo sistema produtivo. Vimos que as Consciências se estruturaram nas formas simbólicas de dominação e de resistência, o que representa a genética do processo histórico.
Hoje, a mudança implica a difusão de um novo processo produtivo, mais sistêmico, que leva à outra maneira de pensar a divisão do trabalho e a uma concepção renovada do lugar do indivíduo na produção, e que, neste atual estágio de transição, encontra um sujeito impregnado das ordens culturais passadas que lhe deram sentido de estabilidade. Na realidade o significado de “ser estivador” inscrito na ordem cultural em que se desenvolveu a profissão até 1993 não mais existe, e o novo significado, que define toda a ação futura ainda não emergiu, porque a cultura que impõe a ordem significativa sobre