Concerto
O concerto, aparentemente, representa a vitória das minorias: nele, os solistas lutam bravamente com a orquestra, até obterem a glória total! Mas não é bem assim. O concerto é um gênero orquestral mais leve que a sinfonia, baseado não no conflito, mas na harmonia. Ele nasceu da curiosidade natural em descobrir como justapor harmoniosamente sons produzidos por um pequeno grupo ou por apenas um músico aos sons produzidos pela massa orquestral. Com a notável exceção da ópera, o concerto é um dos raros gêneros que sobreviveram à turbulenta história da música.
Ele surgiu no Barroco, em duas variantes: o concerto para solista e o chamado concerto grosso. Não é necessário dizer que o concerto para solista é aquele onde há um instrumentista acompanhado pela orquestra. Já no concerto grosso não há apenas um solista, mas um grupo deles, denominado concertino, que é acompanhado pelas cordas restantes, o ripieno.
O concerto grosso é um gênero baseado na fuga e no contraponto. Como tal, o concertino jamais "pulveriza" o ripieno, mas mantém uma relação dialética com ele, num fluxo contínuo de música polifônica. Paralelamente, os concertos para solista barrocos são similares. O solo domina, obviamente, mas é mantido no mesmo plano da orquestra, de forma equilibrada
Esse aspecto foi bastante alterado no Classicismo de Haydn e Mozart. O concerto grosso praticamente desapareceu, em detrimento da sinfonia - curiosamente, surgiu um gênero híbrido denominada sinfonia concertante - e o concerto para solista ganhou a predileção do público. Como os demais gêneros clássicos, ele adotou a forma-sonata como padrão, abandonando a fuga barroca.
É esse tipo de concerto que se tornou comum, do Classicismo em diante. Vamos ver como ele é construído.
. * Movimentos *
Exatamente como a primitiva sinfonia, o concerto tem três movimentos, no esquema rápido-lento-rápido: um allegro inicial relativamente longo, um meditativo adágio e um leve e divertido rondó final.
.> 1º movimento <