Concepções de território para entender a desterritorialização
p. 45 – “Como sabemos, o conceito de território é amplamente utilizado não apenas na Geografia, mas também em áreas como a Ciência Política (especialmente no que se refere ao Estado) e a Antropologia (principalmente em relação às sociedades tradicionais, com vínculos espaciais mais pronunciados).
p. 45 – “Fica evidente que a resposta a esses referenciais irá responder, sobretudo, da posição filosófica a que estiver filiado o pesquisador. Assim, um marxista, dentro do materialismo histórico e dialético, irá defender uma noção de território que: i) privilegia sua dimensão material, sobretudo no sentido econômico, ii) está historicamente situada e iii) define-se a partir das relações sociais nas quais se encontra inserido, ou seja, tem um sentido claramente relacional”.
p. 46 – “[...] Períodos de crise e de mudança social mais acentuadas como o nosso exigem muita cautela frente aos grandes conjuntos teóricos pautados numa coerência que, pelo menos em parte, pode já estar superada. Assim, temos como preocupação primeira, não tanto encontrar e destacar as eventuais incoerências teóricas do conceito, mas 'mapear', respeitando suas complexidades, as várias frentes com que o território foi definido dentro dos grandes referenciais anteriormente enunciados”.
p. 47-18 – “Hoje, em muitos lugares do mundo, estamos bem distantes de uma concepção de território como ‘fonte de recursos’ ou como simples ‘apropriação da natureza’ em sentido estrito. Isto não significa, contudo, que estas características estejam completamente superadas. Dependendo das bases tecnológicas do grupo social, sua ‘territorialidade’ pode carregar marcas profundas de uma ligação com a terra, no sentido físico do termo. O mesmo ocorre com áreas em que alguns fenômenos naturais (vulcanismos,