Concepção e estratégias de leitura
Ler é, na sua essência, olhar uma coisa e ver outra, pois pela leitura não se tem acesso direto à realidade, mas por intermediação de outros elementos da realidade.
Há diversas visões sobre o conceito de leitura, por exemplo: “Ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo, significa que certas respostas podem ser encontradas na escrita, significa poder ter acesso a essa escrita, significa construir uma resposta que integra parte das novas informações ao que já se é.” (Foucambert, 1994)
“A leitura é um ato de abertura para o mundo. A cada mergulho nas camadas simbólicas dos livros, emerge-se vendo o universo interior e exterior com mais claridade. Entra-se no território da palavra com tudo o que se é e se leu até então, e a volta se faz com novas dimensões, que levam a re-inaugurar o que já se sabia antes.” (Resende, 1993)
Entretanto, para Koch, a concepção língua é como uma representação do pensamento, assim, o texto trata-se de uma representação mental do autor, em que o leitor devera captar a “ideia”, as intenções, os sentidos que o autor demonstra. Em seguida, concepção de língua como estrutura, sistema, código, no qual o leitor devera reconhecer o sentido das palavras e estruturas do texto. Por fim, a concepção interacional da língua (autor-texto-leitor), exige-se que o leitor interaja com o texto estabelecendo sentido, incluindo suas experiências e conhecimentos que foram construidos ao longo do tempo; desta forma há uma relação entre “texto-sujeitos”.
Existem inúmeras estratégias utilizadas para identificar e construir o sentido de um texto. Antes mesmo de iniciarmos uma leitura, fazemos antecipações e hipóteses em relação ao texto como: o autor do texto, o gênero, o título, o tema que será abordado.
Essas antecipações e hipóteses/previsões são confirmadas ou rejeitadas ao longo da leitura, e podem ser inúmeras de acordo com o conhecimento e a interação do leitor.