Concepção de poesia
Departamento de Estudos Linguísticos e Literários - DELL
O que é poesia?
Compreendendo poesia como esse objeto fascinante e ao mesmo tempo complexo, que intrigou muitos poetas ao longo da história, faremos, aqui, uma análise de alguns escritos teóricos e, ancorado nesses textos, apresentaremos um percurso histórico de algumas discussões que marcaram a trajetória poética, além de trazermos um esboço dessa teorização em termos do abandono dos modelos, do dilema entre representar, criar e imitar, da figura do crítico nos palcos poéticos e da subjetividade do poeta em seus escritos. Em uma perspectiva histórica do pensamento poético muito se cogitou sobre a produção de poesia, no sentido de compreender como se dá a criação desta, como diria Baumgarten, qual é a ciência da composição do poema? No entanto, desde que essa proposição foi elaborada, muitas coisas se modificaram no cenário poético. E, a primeira delas é a compreensão de que não existe regra para a composição do poema, de que o poeta não é um indivíduo sujeito a normatização, e que poesia não precisa está atrelada a nenhuma outra ciência, como imaginava o poeta Baumgarten ao casá-la com filosofia. Assim, como diria Blake: o poeta é um gênio, "[que] começa onde terminam as regras", ou seja, eles são livres, para na qualidade de gênios se manifestarem criativamente, tendo, pois, total liberdade para fugirem dos modelos pré-prontos, que por sinal não eram poesia, já que, pretendiam apenas imitar as formas do belo através da copia dos elementos da natureza, ou de obras consagradas. Todavia, podemos compreender o poeta como sujeito que experiencia na delicadeza dos detalhes a beleza do mundo ao nosso redor e, que nos apresenta a expressão de um "eu ", que vive e sente seu poema. A partir dessa concepção do poeta como artista que representa o que vê e o que sente, que cria através do seu sentir com o mundo, algo novo, percebemos a