Concepção de infância
O sentimento de infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças corresponde à consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem (ÁRIES, 1978).
Nessa perspectiva o sentimento de infância é algo que diferencia a criança, a sua essência enquanto ser, o seu modo de agir e pensar, que se diferencia da do adulto, e, portanto merece um olhar mais específico.
Observa-se que até o século XVI as crianças conviviam igualmente com os adultos, não havia um mundo infantil, distinto e destacado, ou uma visão especial da infância. Vestiam trajes parecidos aos dos adultos, e até mesmo se comportavam semelhantemente.
A partir da Idade Moderna a criança é vista como um indivíduo que necessita de atenção peculiar e que é definida pela idade. O adulto então passa a idealizar a infância, que nada mais é do que a fase da experiência e percepção do mundo a partir do olhar, tocar, saborear, sentir e agir.
A infância, então, é um conceito que começará a se desenvolver, através da Revolução Educacional, após o século citado acima. Revolução esta, que propôs a escolarização das crianças, separando-as então dos adultos. No lugar dos ensinamentos de costumes e ofícios, as crianças são remetidas para as escolas. Esta separação permitiu a existência de “segredos”, isto é, assuntos conhecidos apenas pelos mais velhos.
No entanto, a concepção de infância moderna, que se estende atualmente, seria: uma fase da vida em que os sujeitos precisariam de cuidados especiais e deveriam estar resguardados de algumas informações, para que se desenvolvessem e se estabelecessem, no futuro, como indivíduos plenos –