CONCEITUAÇÃO DAS ZOONOSES Desde os primórdios da história, o homem começou a perceber que ele era suscetível de adquirir doenças dos animais. Os hebreus da época de Moisés (séc. XV ;i. C.) por exemplo, já conheciam a raiva e sabe-se que existia entre eles um dito popular que dizia: "Ninguém acreditará no homem que disser ter sido mordido por um cão raivoso e ainda esteja vivo". Referências ao mormo e sua transmissão ao homem existem nos escritos de Aristóteles e Hipócrates, que viveram no século IV a.C. Virgílio, poeta romano do século I a.C., reconheceu ser o carbúnculo hemático (antrax) no homem transmitido pelo tosquiamento de carneiros mortos pela doença. Todavia, foi somente após a descoberta das características de certas bactérias e outros organismos interiores, que se puderam estabelecer analogias entre muitas doenças contagiosas do homem e dos animais. O vocábulo ZOONOSES foi introduzido na literatura médica pelo Médico Alemão Rudolf’ Wirchow, no século passado (XIX), para caracterizar as doenças animais que podiam ser transmitidas ao homem. Etmologicamente a palavra é originária do grego, sendo que seu prefixo "zoon" significa animal e o sufixo "nosos", doenças, traduzindo-se literalmente por doenças animal. Embora a palavra não reflita bem este sentido, o vocábulo ficou consagrado pelo uso, passando a ser, naturalmente, utilizada nas ciências médicas. A amplitude do termo gerou inúmeras discussões com a finalidade de conceituar de uma maneira mais racional e significativa, as zoonoses. Assim, em 1966, durante a realização do "3o Encontro de Peritos em Zoonoses da Oganização Mundial da Saúde", conseguiu-se chegar a um consenso, definindo-se as zoonoses como: "as doenças e infecções naturalmente transmissíveis entre os hospedeiros vertebrados e o homem". A presença dos vocábulos "doença" e "infecção" tem a finalidade de enfatizar as condições que um hospedeiro poderá apresentar, isto porque o animal infectado pode não evidênciar