Conceitos do Pierre Bourdieu
PIERRE BOURDIEU E O CONCEITO DE HABITUS
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA III
PROFESSOR: FERNANDO COTANDA
ALUNO: RAFAEL MUNARETTI DE LEMOS
Pierre Bourdieu (1930-2002) foi um sociólogo francês, formado em filosofia pela Escola Normal Superior, uma das mais prestigiosas instituições de ensino da França. Através de seus escritos e da criação de grupos de pesquisa e de revistas, Bourdieu influenciou fortemente a cena intelectual de seu país e mesmo do mundo. Sua vasta obra abarcou os mais diversos temas, da dominação masculina à literatura, passando pela constituição do Estado e pela reprodução da estrutura social através do sistema escolar, dentre muitos outros. Pela impossibilidade de abarcar todos estes assuntos neste texto, fecharei o foco nos princípios teórico-metodológicos que nortearam sua obra, essenciais para o entendimento deste autor e que influenciaram diversos sociólogos e historiadores nas últimas décadas.
Bourdieu, como diversos outros intelectuais, criticava a separação entre teoria e empiria. Em sua concepção, a teoria deveria servir como uma ferramenta para auxiliar a pesquisa e a compreensão do mundo, e para tal é preciso que ela seja testada no confronto com o objeto de estudo. A teoria pode e deve, porém, ser aplicada em contextos diferentes daqueles de sua aplicação original, embora com correções e adaptações. Somente desta maneira uma teoria pode ser aperfeiçoada. De modo geral, nosso “Grande Cara” em questão definia seu trabalho como um “estruturalismo construtivista ou construtivismo estruturalista”, baseando-se na noção de que existem no mundo social estruturas objetivas que informam a ação e a representação dos indivíduos, mas com a ressalva essencial de que estas estruturas são construídas e reconstruídas socialmente a cada momento. Nosso sociólogo definia estrutura como “o produto objetivado das lutas históricas tal como se pode apreendê-lo num dado