Conceitos de Redes
As diversas abordagens utilizadas para estudar o tema “redes” produziram também diversos significados para o conceito. Hewitt (2000) comenta:
Uma revisão do pensamento contemporâneo sobre relações interorganizacionais inevitavelmente tropeça em uma palavra – redes. Ela é tão amplamente utilizada, de explicar o lubrificante das interações sociais individuais [...] até representar os trabalhos correntes da economia global, [...] que poderíamos concluir imediatamente que é um termo vazio ao qual podemos atribuir qualquer significado que seja adequado aos nossos propósitos. (HEWITT, 2000, p. 49, tradução do autor).
No caso dos estudos de redes em administração pública, Teixeira e Ouverney afirmam que a maioria dos trabalhos parte de um conceito implícito sobre o fenômeno:
Isso significa que muitos autores raramente mencionam qual definição de redes estão empregando em seus estudos. O que parece ser comum a todos é meramente a idéia de redes como estruturas policêntricas. (TEIXEIRA, OUVERNEY, 2007, p. 50)
Grandori e Soda (1995, apud HEWITT, 2000) construíram uma classificação das formas de relações interorganizacionais que é “útil na tentativa de distinguir as diferentes formas de colaboração e como elas podem ser geridas” (HEWITT, 2000, p. 56, tradução do autor):
1. redes sociais, que baseiam-se em relações individuais e informais, frequentemente baseadas em entendimento tácito de interesses comuns e em confiança;
2. redes burocráticas, que têm um grau de formalidade frequentemente com suporte contratual, porém em aberto para a condução do dia a dia e a gestão do relacionamento; e
3. redes proprietárias, que são formais e especificadas em detalhe em contrato entre as partes. (GRANDORI; SODA, adaptado por HEWITT, 2000, p. 56, tradução do autor)
Teixeira e Ouverney (2007) alertam sobre a importância de se considerarem as dimensões de vínculos e de configuração estrutural na construção de um conceito que tenha força