Conceitos de estética
Na Antiguidade Clássica, sobretudo na filosofia grega, predomina uma concepção objectivista da beleza. Esta é uma qualidade que possuem os objectos artísticos e naturais a que chamamos belos. Mas o que torna um objecto belo? A harmonia das partes que o constituem. O belo é o resultado de uma combinação e conjugação perfeita em proporção, medida e ordem.
Contudo, a exaltação da forma, da simetria e da harmonia não era suficiente para explicar ou descrever a beleza de modo plenamente satisfatório. O incalculável e o indefinido foram pouco a pouco reconhecidos como componentes essenciais da beleza. A estética medieval, de pendor ainda objectivista, corresponde, contudo, a uma certa mudança de perspectiva.
Para os pensadores medievais, profundamente influenciados pelo Cristianismo, a beleza é essencialmente uma criação divina. Deus é a beleza inefável que se manifesta no mundo sensível, tornando-o por isso belo e impelindo o crente a ir mais além não se restringindo ao mundo da beleza sensível. Este mundo é simplesmente a promessa de uma beleza superior e de outra ordem ou dimensão. Começa a impor-se uma distinção com um futuro assegurado: a distinção entre beleza física (sensível, material, enganadora e passageira) e a beleza espiritual ou interior (superior, durável e sinónimo de bondade e virtude).
Com o Renascimento verifica-se um retorno aos valores da Antiguidade Clássica. Tal como na Antiguidade e na Idade Média, predomina uma concepção objectivista da beleza: a beleza é atribuída ao objecto, é uma propriedade deste, um equilíbrio e harmonia presentes no objecto e que satisfazem os sentidos. Em oposição à mentalidade medieval, insiste-se numa concepção mais naturalista da beleza e da arte. A natureza é o modelo autêntico para o artista, a verdadeira mestra. Daí decorre a importância que os artistas dão à aplicação dos estudos científicos (matemáticos, geométricos, anatómicos…) à actividade e criação artísticas. Tal importância é