CONCEITOS DA TICA DE SPINOZA
A liberdade absoluta de Spinoza não é a ausência de constrangimentos externos ou internos, mas a potência interna de agir, a efetividade do corpo político, tanto mais forte quanto mais o homem for instigado, motivado, mobilizado e relacionado com os demais e para os demais, com o mundo e para o mundo.
A liberdade spinozana nada tem a ver com a vontade tomada como vontade de escolher isto ou aquilo, de poder fazer e poder não fazer, e muito menos como vontade disciplinada por limites impostos coativamente de fora ou aceitos racionalmente de dentro.
O homem, o mais potente dos modos finitos, é livre quando extravasa a sua potência de existir, quando seu desejo determina-se pelas idéias adequadas, isto é, conhecimento que explica o caminho da potência, dos bons encontros, da combinação de desejos e apetite.
O bem é caracterizado como aquilo que conhecemos como sendo útil e o mal, o que impede o bem, o que reflete a importância que Spinoza dá ao princípio de autopreservação.
As afecções são formas de pensamento e podem ser alteradas pela razão. As boas afecções (afetos) são aquela que contribuem para o desenvolvimento da natureza humana, que aumentam a potência de ser.
Os homens podem assim regular suas ações através do entendimento das forças que os influenciam. O homem livre é aquele que busca o bem e evita o mal.
A virtude é o que contribui para o ser humano conservar o seu ser, ou seja, se autopreservar. A virtude consiste em agir conforme a natureza, e se a natureza humana é racional, a virtude está em agir de acordo com a razão.
Quanto mais alguém procura o que lhe é útil, isto é, conservar o seu ser, e tem poder para tal, mais é dotado de virtude; ocorre o ocntrário quando alguém desdenha o que lhe é útil.
Ninguém, a menos que seja vencido por causas externas e contrárias á sua natureza, deixa de aspirar ao que lhe é útil, em outras palavras, conservar seu ser.
A virtude é a própria potência do homem, que se define