conceito junção
Os processos de sequencialização que mostram os tipos de interdependência semântica existentes entre frases são chamados de junção por Beaugrande e Dressler (1981). Essa junção é marcada, linguisticamente, pelos conectores interfrásticos e as pausas.
São estabelecidas quatro classes de junção: a conjunção (liga elementos com o mesmo status, ambos verdadeiros no mundo textual), a disjunção (liga dois elementos dos quais só um pode ser verdadeiro no mundo textual), a subordinação (liga elementos em que o status de um depende do status do outro: condição/acontecimento, causa/efeito etc.) e a contrajunçao (liga elementos que, tendo o mesmo status, parecem incompatíveis no mundo textual).
Para Adam (2008), os conectores fazem parte de uma classe de expressões da língua que abrange, além de algumas conjunções de coordenação (mas, portanto, ora, então, e), algumas conjunções e locuções de subordinação (como, porque, o que quer que seja, etc.) e grupos nominais preposicionais (apesar disso, etc.).
Ele faz também uma distinção entre os conectores de três tipos de marcadores de conexão: os conectores argumentativos, os organizadores e marcadores textuais e os marcadores de responsabilidade enunciativa.
Os organizadores e marcadores textuais ordenam o tempo, o espaço, a progressão do texto e a indicação de suas partes. Podem ser, então, espaciais, temporais, enumerativos, de mudança de topicalização, e de exemplificação.
Os conectores argumentativos unem as funções de segmentação, de responsabilidade enunciativa e de orientação argumentativa do enunciado. Estão aí incluídos os argumentativos e concessivos (mas, entretanto, no entanto, mesmo que, etc.), os explicativos e os justificativos (pois, porque, já que, etc.), os hipotéticos e os simples marcadores de argumento (até, até mesmo, aliás, por sinal, etc.).
Alguns exemplos:
A cortina ergueu-se devagarinho e a criança espreitou. (exprime uma conjunção com valor aditivo)
Estava mau tempo e decidimos