Conceito de identidade
Conhecer o outro é querer saber quem ele é. Portanto, saber quem é o outro é uma questão aparentemente simples e se constitui desafio em cada novo encontro e, mesmo nos antigos, porque as pessoas mudam, embora continuem elas mesmas.
Para compreender esse processo de produção do sujeito, que lhe permite apresentar-se ao mundo e reconhecer-se como alguém único, a Psicologia constitui o conceito de identidade.
Este conceito, como muitos outros em Psicologia, tem várias compreensões e utiliza contribuições de outras áreas do conhecimento.
Carlos R. Brandão, antropólogo e educador, diz que a identidade explica o sentimento pessoal e a consciência da posse de um eu, de uma realidade individual que torna cada um de nós um sujeito único diante de outros eus; e é, ao mesmo tempo, o reconhecimento individual dessa exclusividade: a consciência de minha continuidade em mim mesmo.
Segundo o psicanalista André Green, o conceito de identidade agrupa várias ideias. São aspectos que, geralmente, as pessoas carregam a vida toda. Assim, o termo identidade aplica-se à delimitação que permite a distinção de uma unidade. Por fim, a identidade permite uma relação com os outros, propiciando o reconhecimento de si.
Várias correntes da Psicologia (e a Psicanálise, inclusive) nos ensinam que o reconhecimento de eu se dá no momento em que aprendemos a nos diferenciar do outro. Dessa forma, podemos dizer que a identidade, o igual a si mesmo, depende da diferenciação em relação ao outro.
Há a possibilidade de mudança de identidade? Se a resposta for afirmativa, estará ocorrendo perda de identidade?
Estas perguntas são importantes porque introduzem a ideia fundamental de que a identidade é algo imutável, em permanente transformação. Como é possível alguém mudar e continuar sendo igual a si mesmo? E exatamente isso o que acontece.
O professor da PUC-SP, Antônio da Costa Ciampa, desenvolveu uma concepção psicossocial da identidade em que esta aparece em sua dimensão de