Após analisar profundamente o modelo de ensino francês, Bourdieu pôde perceber que a escola absorveu ao longo do tempo o conservadorismo francês com distinção de classes inserido no processo educativo. Todo este processo de valores arraigado durante anos nas diversas áreas da sociedade, como ciências, arte, religião e moral, teve também um valor bastante substancial inserido na educação. Prova disso segundo Bourdieu é o fato da sociedade e das instituições de ensino caracterizarem o ótimo desempenho de um aluno tomando como base a "bagagem hereditária" que se faz presente na própria vida do aluno mesmo antes de sua entrada nas instituições , ou seja: conhecimentos culturais, vida sócio cultural ativa, professores particulares tidos como tutores dos pequeninos ensinando-os o modo correto de falar, vestir e até mesmo tocar instrumentos. Alunos que chegam na escola com toda esta bagagem de conhecimentos e influências são vistos pela própria entidade e sociedade como que alunos diferenciados que já possuem a chave do sucesso nas mãos. Segundo a visão de Bourdieu, todo este processo de cultura hereditária de classes tem uma repercussão negativa dentro de suas análises, pois tende a minimizar e oprimir os valores e potencialidades dos alunos que não possuem uma tradição como berço de um processo educativo à parte da escola, sendo até mesmo analisado por ele como parte de um processo discriminatório em que se dá maior valor aos alunos que possuem famílias tradicionais. Como a educação é o berço para a formação de um ótimo profissional e o fator de classe social coexistem de forma independente ao mesmo tempo ocupando um mesmo ambiente que é a escola, segundo Bourdieu se torna prejudicial no processo de formação