Comunidades Virtuais De Aprendizagem
Fernando Albuquerque Costa
Resumo
http://dx.doi.org/10.5007/2175-795X.2012v30n1p59
Este artigo visa perspectivar o conceito de Comunidade Virtual de Aprendizagem à luz do conjunto de referências teóricas que nos últimos anos foram sendo mobilizadas para conceptualização, organização e desenvolvimento de comunidades de aprendizagem. Apesar da componente social não ser coisa nova na discussão sobre a função da escola e das instituições educativas, reflete-se também sobre a aprendizagem que é realizada com o recurso a ambientes virtuais e os novos desafios que a dimensão tecnológica vem colocar a essas instituições. Para além de uma introdução inicial em que se apresenta e se situa a problemática das comunidades de aprendizagem, são depois abordadas algumas das mais significativas dimensões do conceito e perspectivado o seu estudo ao longo do tempo desde os trabalhos fundadores de Vygotsky. O texto termina com alguns desafios que a ideia de comunidade de aprendizagem coloca à escola, nomeadamente em um tempo em que as tecnologias digitais e em rede trouxeram trazer novos horizontes à sua função primeira: a da educação das novas gerações.
3. COMUNIDADE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM As comunidades virtuais constituem a manifestação dos desejos e anseios de uma nova ordem social que emerge do paradigma tecnológico que vê nas tecnologias digitais novas possibilidades de estabelecimento de formas de comunicação horizontal que, imbuída por interesses comuns, começa a partilhar os seus conhecimentos, contribuindo para que haja a produção de saberes de forma colectiva. Esta nova forma de conceber o conhecimento pode ser, de alguma forma, relacionada com os princípios filosóficos de Paulo Freire (1984, p.63), quando dizia que: “ninguém educa ninguém. “Ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. E é justamente neste processo que a