Comunidades Imaginadas - CAP 1, 2, 3
Benedict Anderson, autor do livro “Comunidades Imaginadas”, ao qual iremos analisar os capítulos um, dois e três neste trabalho, inicia o seu trabalho fazendo a pertinente observação de que todas as revoluções (incluindo as marxistas) vitoriosas pós Segunda Guerra foram de caráter nacionalista. Anderson propõe que o nacionalismo seja tratado como uma anomalia do marxismo e apresenta o objetivo do livro: fazer uma análise dessa anomalia. É também na introdução do seu trabalho, que o autor nos diz como será definida a ideia de nação por todo o seu livro: “uma comunidade política imaginada – e imaginada como sendo intrinsicamente limitada e, ao mesmo tempo, soberana”. Ela é imaginada, pois mesmo na menor das nações, seus membros jamais ouviram falar da maioria de seus companheiros. É limitada, pois mesmo a maior das nações, com a maior população, é definida por fronteiras – por mais elásticas que possam ser – com outras nações; nem o nacionalista mais radical acredita que a sua nação acolhera um dia toda a raça humana. É considerada soberana, pois o conceito nasceu em pleno Iluminismo, na fase decadente do pensamento religioso. Por último, ela é também pensada como uma comunidade, já que, mesmo na mais desigual das nações, existe uma ideia de camaradagem horizontal por trás do conceito de nação. O autor finaliza a introdução anunciando que o primeiro capítulo chega com o papel de analisar melhor o nacionalismo buscando respostas nas raízes culturais do nacionalismo.
Capítulo 1 – Raízes Culturais
Anderson inicia o primeiro capítulo atentando para como o fato da imortalidade ser tão importante no nacionalismo, dando exemplos como os túmulos dos soldados desconhecidos. Entretanto, o marxismo e o liberalismo parecem não se importar muito com a morte e a imortalidade. Se o nacionalismo se importa tanto com essas ideias, isso sugere uma grande afinidade com o pensamento religioso.
A grande fraqueza de todo pensamento de