comunidade de porto coris
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Porto Corís é uma Comunidade Quilombola fundada pelo filho de uma escrava fugida de uma fazenda da região de Gouveia, no final do século XIX, alguns meses antes da abolição da escravidão. Germano Alves Coelho conseguiu adquirir 25 hectares de terra na zona rural de Minas Novas (hoje cidade de Leme do Prado) que foram pagos através de suas atividades nas fazendas ou nos fins de semana trabalhando no garimpo e na sua roça Segundo informações de membros mais velhos da comunidade, Germano foi casado três vezes, tendo 12 filhos, assim formando a comunidade de Porto Corís. Para ser membro da comunidade é necessário ser descendente direto de Germano ou casar com alguns dos seus, conta-se que os casamentos são preferencialmente entre primos para que possa manter “pura” sua descendência, sendo necessário ainda residir na localidade, ser aceito na rede de transmissão do patrimônio e assumir as práticas socioculturais desse grupo de parentesco (VIEIRA, 2010). Até 1997 a comunidade de Porto Corís possuía 13 famílias com estimativa populacional de 65 pessoas.
As terras adquiridas também através de herança alcançaram antes da inundação em 2006, cerca de 199,3 hectares.
Sobre essas terras a comunidade tinha como forma de sobrevivência a agricultura de subsistência, com a plantação de milho, feijão, arroz, mandioca, abóbora, batata-doce, hortaliças; o cultivo de frutas como manga, laranja, banana, abacate, mamão e a criação de animais domésticos (suínos e galináceos) tendo na pesca a base de sua economia (CEDEFES).
A comunidade também cultivava o pinhão e a amêndoa utilizados na fabricação de sabão caseiro, efetuava-se também a extração do óleo de pequi, muito comum na região, a garimpagem complementava a renda da comunidade, mas era exercida basicamente em situações emergenciais. A comunidade também possui artesanato próprio, tecem balaios e jacás (um tipo de cesto), os mais velhos tecem peneira e esteiras de palha de bananeira.
Hoje muitas dessas atividades não são