Comunicação

Embora a leitura do livro A Filosofia da Caixa Preta, de Vilém Flusser seja um tanto quanto complexa, uma vez compreendida a linha de raciocínio do autor tudo faz muito mais sentido. O autor faz uma grande análise da definição de imagem e a sua diferença com imagem técnica, deixando bem claro que durante essa transição de ambas, foi necessário a criação do texto. Além disso, compara-se de maneira inteligente, o fotógrafo e sua câmera, com um animal selvagem, e o objeto a ser fotografado com a sua caça. E também, é feita uma reflexão sobre a fotografia, afirmando que seu dever é o de transformar conceitos em imagens técnicas. De acordo com Flusser, a imaginação é a capacidade de abstrair duas dimensões de algo que possui quatro dimensões, o que em questão corresponderia ao mundo concreto. Por isso, a imagem é algo dotado de muita imaginação, não sendo lida de forma linear (o que ele chama de scanning). Desse modo, o jeito encontrado pelo homem de transformar a imagem em algo que possa ser linear foi ''rasgar'' a imagem e transformá-la em escrita, e é aí que surge a consciência histórica, que abstrai tudo. E essa consciência histórica, acaba sendo a base de tudo que estudamos, principalmente nas escolas. Então, o texto foi criado a fim de decifrar a imagem, descrevê-la, por isso a grande oposição entre consciência histórica (remete ao passado de forma linear através da escrita) e a consciência mágica (remete ao passado de forma não-linear, através de imagens). Contudo, foi com a popularização da escrita que surgiu a textolatria, de modo que as imagens foram substituídas de tamanha forma pela escrita, que a maioria dos textos herméticos já não faziam mais com que ao ler a pessoa fizesse referência a uma imagem, já que a princípio esse era o seu papel, descrever imagens. Devido a essa incapacidade do homem de transformar textos em imagens, não houve mais sentido algum em escrever, surgindo então a imagem técnica. Por esse motivo, Flusser ainda comenta em sua