Comunicação e cultura empresarial
Temos, repetidamente, afirmado que as organizações (costumamos até citar as universidades como exemplo) não têm, em geral, uma cultura de comunicação e que, por isso, encontram dificuldades no relacionamento com os chamados públicos de interesse.
Acho que esse é o momento de detalhar um pouco mais essa questão da cultura organizacional e, evidentemente, temos que começar pelo conceito.
A literatura nessa área, embora não gerada no campo da comunicação, mas sobretudo na administração (a Fundação Getúlio Vargas, a Fundação Dom Cabral e a própria Faculdade de Economia e Administração da USP, entre outras, geram material valioso sobre o tema e incluem especialistas reconhecidas na área), é generosa e inúmeros conceitos circulam por aí livremente, a meu ver alguns mais adequados do que outros. De qualquer forma, vamos adotar um aqui para que possamos compartilhar o mesmo universo.
Cultura organizacional é o conjunto de normas, valores e de comportamentos, individuais ou coletivos, que contribuem para definir o "ethos", a identidade ou a alma de uma organização.
A partir daí , é possível pensar a cultura como: modalidade de aprendizagem socialmente condicionada ou "cola" ou referência ou conformação ou ideologia. Ela seria , pois, uma "gramática da convivência".
Qualquer que seja a proposta ou a prioridade a ser considerada na análise do conceito, o importante é que a cultura é como algo que se impregna na pele de que está na organização e que, de forma explícita ou implícita, submete todos os que participam da organização a um conjunto comum de regras. Ela costuma ser tão forte (e é poderosa em algumas organizações) que desrespeitá-la pode ser perigoso: aqueles que se arriscam costumam perder a cabeça ou o emprego. Não se afronta, portanto, a cultura organizacional impunemente.
Associada à questão da cultura, costuma-se citar (lá vem os modismos de novo), outros conceitos importantes como missão,