Comunicação no mercado editorial
O crescimento da produção científica brasileira, tanto em quantidade, quanto em qualidade, é um fato notável, principalmente nos últimos anos. Na classificação mundial do número de publicações apresentadas por país, saltamos, recentemente, do 17º lugar, em 2005, para o 15º em 2007, com um total de 16.782 artigos científicos (1,92% da produção científica mundial), ficando à frente de países como Suécia, Suíça, Bélgica, Áustria e Polônia, tradicionais produtores de ciência; e já encostando-se à Rússia. Com os Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, por exemplo, passamos de 78 publicações (58 artigos originais, 9 relatos de casos e 11 atualizações continuadas) em 2000 a 181 em 2007 (122 artigos originais, 49 relatos de casos e 10 atualizações continuadas). Claro que, simultaneamente, aumentou o número de oftalmologistas e, pois, o de autores potenciais. Mas o crescimento da classe, ainda que muito discutido, não é a única explicação. No mesmo período, quando o crescimento das publicações foi de 132% (!), o de oftalmologistas foi de (aproximadamente) 46%, enquanto a população brasileira aumentou 13%.
Assim, outros fatores devem ser admitidos como determinantes dessa ocorrência. Em primeiro lugar, o de uma inequívoca demanda por profissionais academicamente qualificados, leia-se, com títulos de Mestre e, ou Doutor, para preenchimento de postos de ensino (e, teoricamente, pesquisa), nas várias Faculdades que se abriram e continuam se abrindo no Brasil. Para o que, a cuidadosa preparação das respectivas dissertações e teses, geralmente proporciona trabalhos de bom nível científico. É justamente para isso que estão aí montados os cursos e todo nosso sistema de pós-graduação acadêmica ("sensu stricto"), privilegiando a formação de pesquisadores e professores universitários.
O segundo elemento é a forma como o desempenho acadêmico das pessoas já pertencentes às Universidades e centros de especialização profissional