Comunicação empresarial
Ana Maria Machado
Quando escrevi “Bisa Bia, Bisa Bel” só estava era com muita saudade de minhas avós. Vontade de falar sobre elas com meus dois filhos. Não imaginava que pouco depois ia ter uma filha e essa linhagem feminin a ainda ia ficar mais significativa para mim. Nem que a história ia fazer tanto sucesso, ganhar tantos prêmios, ser escolhida como um dos dez livros infantis brasileiros essenciais, ser traduzida pelo mundo afora e, sobretudo, tocar tantos leitores.
Por c ausa de Bisa Bia, já tomei chá com avós em uma porção de colégios de cidades diferentes, já recebi receitas de biscoitos, ganhei bordados, vi exposições de fotos de família. Por causa de Neta Beta, nesses ou em outros colégios, ouvi músicas metaleiras do f uturo, li jovens utopias sobre o mundo que ainda vem por aí, assisti a desfiles de moda intergalática. E da Califórnia a Paris, do México a Berlim, passan do por todo o nosso interior, encontrei gente que sorriu ou chorou com Bel e que depois veio me dizer que também tem uma Bisa Bia morando no coração.
Mais que todos os prêmios e todas as críticas elogiosas que o livro recebeu, mais que todos os recordes de venda, sei que esse é o grande presente que “Bisa
Bia, Bisa Bel” continua me dando, sempre
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é uma ponte com outros seres humanos, de origens e idades variadas.
Ana Maria Machado
Pequena nota biográfica
Nascida no Rio de Janeiro, em 1941, Ana Maria Machado lecionou Língua
Portuguesa na Sorbone, França, até o início da década de 1970. Foi estagiár ia na revista “Elle”, pesquisadora no Comité contre la Faim et pour le Développement, aluna da École Pratique des Hautes Études, onde desenvolveu uma tese sob orientação do grande semiólogo francês Roland Barthes.
De volta ao Brasil, em fins de 1971, cres ce a Ana jornalista. Começa como repórter e logo é chefe do departamento de jornalismo da Rádio Jornal do Brasil.
Como professora universitária, Ana ensina rádio, jornalismo e literatura