COMUNICAÇÃO DE RESISTÊNCIA NA DITADURA MILITAR BRASILEIRA: ESTUDO À LUZ DO CONCEITO DE TRANGRESSÃO EM MICHEL FOUCAULT

MARIANE NOLIBOS DA CONCEIÇÃO

COMUNICAÇÃO DE RESISTÊNCIA NA DITADURA MILITAR BRASILEIRA: ESTUDO À LUZ DO CONCEITO DE TRANGRESSÃO EM MICHEL FOUCAULT

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina TCC I do Curso de Comunicação Social – Habilitação em Publicidade e Propaganda da Universidade Federal do Pampa.

Orientador: Gabriel Sausen Feil

São Borja
2013
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

Propomos analisar, neste Projeto de Conclusão de Curso, o processo comunicacional utilizado por aqueles que eram contra a ditadura militar brasileira, com o objetivo de verificar o seu efeito transgressivo. Para a compreensão deste trabalho, nos apropriamos dos seguintes fundamentos: a percepção do período ditatorial segundo Sérgio Caparelli (1989), e o conceito de resistência/transgressão, segundo Michel Foucault (2009), e segundo a interpretação de Judith Revel (2005) em relação ao conceito foucaultiano. Através da análise de cartazes produzidos pela resistência, buscamos responder o seguinte problema de pesquisa: em que medida os cartazes elaborados pela resistência produzem transgressões de sentidos e ou valores?
Como hipótese, sustentamos a ideia de que os cartazes produzidos pela resistência manifestam uma posição política distinta da empregada pela ditadura, porém, ainda assim, não chegam a produzir efeito de transgressão, ou seja, de resistência no que diz respeito aos valores sociais, a julgar o conceito de transgressão/resistência de Foucault.
Para entender o problema de pesquisa e a hipótese deste trabalho, é necessário conhecer a história do período conhecido como ditadura militar. A ditadura militar brasileira compreende o período entre 1964 e 1985, em que a política brasileira passou a ser governada por militares. O governo ditatorial, como também é chamado, iniciou através de um golpe de estado, em que os militares, com o apoio das classes conservadoras (empresários,