Comunicação Comunitária e o Monopólio da Mídia

Comunicação Comunitária e Monopólio da Mídia

Para que se entenda o que é “Comunicação Comunitária” é necessário, antes de tudo, compreender o significado de comunidade. O sociólogo Zygmunt Bauman, alerta para a sensação sempre positiva que a simples presença do termo comunidade impõe. Segundo ele, “ela sugere uma coisa boa: o que quer que ‘comunidade’ signifique, é bom ‘ter uma comunidade’, ‘estar numa comunidade’. [...] Comunidade, sentimos, é sempre uma coisa boa” (BAUMAN, 2003, p.7).
Apesar da sensação positiva em relação à comunidade, é preciso atentar para uma advertência que a comunidade imaginada não está, “lamentavelmente, a nosso alcance” (BAUMAN, 2003, p.9). Viver em comunidade é um privilégio pelo qual há um preço a se pagar, a sua existência implica uma ambivalência.
Não ter comunidade significa não ter proteção; alcançar a comunidade, se isso ocorrer, poderá em breve significar perder a liberdade. A segurança e a liberdade são dois valores igualmente preciosos e desejados que podem ser bem ou mal equilibrados, mas nunca inteiramente ajustados e sem atrito (BAUMAN, 2003, p.10).

Raquel Paiva fala sobre a pluralidade de significados para conceituar comunidade e aponta que, de maneira geral, “tem aparecido como investida de um poder de resgate da solidariedade humana ou da organicidade social perdida” (PAIVA, 1998, p.11). Os indivíduos de um mesmo grupo social, reconhecem e assumem seu pertencimento, proporcionando as condições para a realização de ações organizadas, cooperativas. Possibilitam o desenvolvimento de valores comuns e individuais, fazendo surgir uma consciência reciproca, que acaba por humanizar os sujeitos. Ao reconhecer a sua atuação, a comunidade se afirma como um espaço político concreto, de resistência, que possibilita o despertar crítico dos seus membros. Sendo assim, seus membros são despertados para um processo de “desalienação”, indo de encontro a lógica de anulação individual. A busca por uma participação que se