Comunicaçao
A aplicação da filosofia práxica do pedagogo Paulo Freire pode possibilitar um avanço na compreensão dos condicionamentos das práticas cognitivas inerentes à atividade jornalística tanto no polo da produção quanto no da recepção, assim como contribuir para o aperfeiçoamento destas práticas sociais no ambiente democrático. A partir de uma releitura da obra do pedagogo, confrontada com a concepção do jornalismo como conhecimento, este trabalho aponta para a oportunidade do desenvolvimento e aplicação de um “método Paulo Freire” no fazer jornalístico. Esta comunicação é resultado parcial de uma investigação mais ampla sobre “a prática cognitiva na atividade jornalística e a concepção de ato gnosiológico em Paulo Freire”, desenvolvida com apoio de bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq.PALAVRAS -CHAVE:
1 – Jornalismo; 2 – Conhecimento; 3 – Paulo Freire; 4 – Teoria; 5 - Método | | * Doutor em Ciências da Comunicação, professor da Universidade Federal de Santa Catarina e coordenador do Grupo de Estudos sobre Jornalismo da Associação Latino-Americana de Pesquisadores da Comunicação (Alaic).
Comunicação originalmente apresentada no VI Congresso da Brazilian Studies Association (BRASA VI) Atlanta (USA), 4 a 6 de abril de 2002, dentro do painel: The Past and the Future of Journalism: Representation, Pedagogy and Digital Communication, sob a coordenação de Raul Reis. | O primado da prática em FreireA atividade jornalística, desde a escola, tem se caracterizado por uma violenta dicotomia entre o saber sobre e o saber fazer. A pesquisa teórica e a produção crítica passam ao largo dos problemas da prática, como se esta fosse uma dimensão estranha ao pensamento, e respondem a perguntas formuladas em contextos alheios. O saber fazer, no mais das vezes, despreza esta teoria e se reproduz com base na experiência acumulada e nas influências culturais, políticas,