Comuna de Paris
Logo após a Guerra Franco-Prussiana (1870), com a derrota francesa e a proclamação da Terceira República, em 1871, o burguês Adolphe Thiers havia assumido o poder na França, assinando rapidamente um acordo de paz com o chanceler prussiano, Bismarck.
A classe operária não concordou com o contrato firmado entre Thiers e Bismarck e revoltou-se contra o governo francês. Com o apoio da Guarda Nacional, a classe operária tomou o poder em Paris, em março de 1871. Dessa maneira, os revolucionários parisienses substituíram o governo republicano, assumiram o poder e instalaram a chamada Comuna de Paris.
A Comuna de Paris foi composta por noventa pessoas eleitas pelo voto universal masculino. Seus integrantes representavam diferentes vertentes socialistas, dentre elas o marxismo. Com a instalação da Comuna na França, pela primeira vez na história os trabalhadores tiveram acesso ao poder.
O movimento revolucionário, organizado pelos revoltosos durante o governo da Comuna de Paris, promoveu a separação entre o Estado e a Igreja (Estado laico). Além disso, a cidade de Paris foi administrada pelos funcionários, isto é, trabalhadores eram eleitos para o cargo e a organização das fábricas ficou sob responsabilidade dos operários. Portanto, a Comuna se caracterizou por ser um movimento autogestionário, ou seja, as administrações e as organizações eram realizadas pelos próprios trabalhadores, escolhidos por votação.
A ideia de instalar o governo de comunas autônomas em outras cidades do interior da França não logrou êxito, principalmente após a repressão que a Comuna recebeu do governo burguês de Thiers.
A Comuna de Paris durou cerca de dois meses. Em maio de 1871, tropas militares, sob o comando da burguesia que havia sido destituída do poder, massacram e mataram aproximadamente 20 mil pessoas (homens, mulheres e crianças), aprisionaram outras 38 mil e tomaram o poder dos revolucionários. Chegava ao fim, assim, a primeira experiência de governo da classe