Compromisso do educador de jovens e adultos
Paula M. B. Silva
Na atuação pedagógica deve ser acrescentada a dimensão educativa, que lhe é imputada por força de sua própria definição institucional. O professor por força de sua própria definição institucional. O professor é um educador e não querendo sê-lo, torna-se um deseducador. Há um relativo acordo quanto à insuficiência de uma visão e intervenção setorizadas. É que, ao lado dos fatores intraclasses e intraescolares, é facilmente comprovável a interferência dos fatores extraclasses e extraclasses (e até extra-sistema) no rendimento do processo ensino-aprendizagem. Porém, não parece haver consenso quanto aos indicadores de eficácia e qualidade, nem quanto às intervenções necessárias do professor, para que o sistema de ensino se ajuste a um modelo que contribua para o desenvolvimento econômico com justiça social, a exemplo do que vem ocorrendo em outros países.
Enquanto o saber sistematizado, com densidade epistemológica, pode ser adiquirido em cursos, treinamentos e capacitações, o ser educador vai se construindo com o saber adiquirido na teia das relações historicamente determinadas, que vão construindo as dúvidas, perplexidades, convicções e compromissos.
Pela educação, queremos mudar o mundo, a começar pela sala de aula, pois as grandes transformações não se dão apenas como resultantes dos grandes gestos, mas de iniciativas cotidianas, simples e persistentes. Portanto, não há exclundência entre o projeto pessoal e o coletivo: ambos se completam dialeticamente. E para não ficar apenas no cotejo dos conteúdos escolares e os códigos culturais locais e sociais, necessita-se estender a reflexão sobre todas as relações do professor com o aluno.
Muitos professores consideram sobrecarga indevida a assumpção de outras funções que não as pedagógicas, significando até mesmo uma exploração de seu trabalho. No entanto, compete ao corpo docente formular políticas, a partir das diretrizes