Compreendendo a “Alma do Homem sob o Socialismo”
1427 palavras
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O texto de Oscar Wilde analisa um tema relacionado à política sob uma óptica muito peculiar, pois, ao contrário do que a primeira vista pode revelar, trata-se de uma defesa ao modo de vida individualista. No entanto, a posição adotada pelo autor, frontalmente contra o atual sistema social capitalista, parece uma contradição em termos. E a menção ao socialismo que este faz no título de sua obra parece reforçar sua crítica á sociedade civil burguesa, o que enfatiza ainda mais a aparente contradição na sua defesa caloroso do individualismo, ponto central de toda a obra. Tais incoerência, no entanto, vão sendo solucionadas ao correr do texto e a justificativa para este aparente paradoxo vai sendo revelada. Como já adiantado, o texto constitui-se fundamentalmente numa defesa ao individualismo como sendo a única forma de vida em que o ser humano efetiva todas as suas potencialidades, a partir das quais tem uma vida plena e realizada. Essa defesa baseia-se no argumento de que somente num individualismo pleno o homem tem condições de viver de acordo com sua essência, a liberdade. Assim, a defesa do socialismo ocorre por este proporcionar ao ser humano a forma de vida individualista, que por sua vez é defendida por permitir que o ser humano viva com liberdade, sua essência mais fundamental. É na construção desse raciocínio que a obra se desenvolve. Com base nessas premissas, o autor critica a sociedade burguesa por duas razões principais: cerceia a liberdade do indivíduo e confundi os valores do ser humano quanto a forma como deve conduzir sua vida. Desse modo, é apontada uma característica fundamental da sociedade burguesa capitalista que esta na raiz de ambos os problemas apontados, a propriedade privada. Segundo Oscar Wilde (1983, p.13):
A posse da propriedade privada é amiúde desmoralizante ao extremo, e esta é, evidentemente, uma das razões por que o Socialismo quer se ver livre dessa instituição. De fato, a propriedade é um estorvo.
Em relação à