Compreendendo imagens: percepção, análise e criação - Orientação de Gabriela Pereira de Freitas
Dario Joffily de Araújo1
Universidade de Brasília, Brasília, DF
RES UMO
Este artigo tem como proposta a busca pela compreensão das imagens e os processos a ela intrínsecos. Em primeiro momento, buscamos esclarecer a abrangência do termo para deixar, desde então, clara a multiplicidade do tema abordado. Assim, poderemos prosseguir e defender a análise e o estudo da própria imagem como método de decifrar seu universo e os agentes, que sobre ela atuam nas etapas de criação e recepção. Em seguida, poderemos introduzir a nosso debate o novo contexto social das imagens para, por fim, expor nossa defesa pelo questionamento filosófico em busca de um fazer imagético mais livre e consciente de si.
PALAVRAS-CHAVE
Imagem, Análise, Percepção, Interpretação, Invenção.
CORPO DO TRABALHO
1. A abrangência do termo “imagem”
O termo “imagem” provém, etimologicamente, do latim imago, que designa as máscaras funerárias da Antiguidade romana, confeccionadas à semelhança dos mortos para recordar a fisionomia destes 2. Séculos depois, o teórico francês, Roland Barthes se debruçou sobre as práticas do ato fotográfico para também encontrar nele a relação da imagem com a morte. Essa relação se dá, porém, de maneira menos óbvia do que a das máscaras mortuárias romanas. A relação, especialmente defendida em 1980 com a obra A câmera clara, é de que a fotografia resulta de um encontro único entre o fotógrafo, a máquina e o tema fotografado. No mesmo instante que a fotografia é captada, o tema fotografado deixa de existir e a foto passa a representar apenas o passado, algo que já foi e não é mais. Como ressalta Martine Joly, em seu livro Introdução à análise da imagem (1996), é devido a essa representação do que já não mais existe que “a fotografia tornase então o próprio signo de que somos mortais” (JOLY, 1996, p.129). Ora, no movimento de indicar a efemeridade dos fatos e perpetuar aquilo que foi, a imagem não se