Composição Coreográfica
CAMPUS CANOAS
COMPOSIÇÃO COREOGRÁFICA
RESENHA DO TEXTO O PROCESSO COREOGRÁFICO
ABRIL/2014
O texto apresenta uma reflexão sobre a composição coreográfica, tentando compreender a coreografia dentro do universo da dança. O itinerário do gesto coreográfico está longe de ser apenas uma sequência de movimentos, antes disto, a coreografia faz referência à dança, na medida em que se efetua no curso de uma presença furtiva que preenche o traço de movimento, dando ânimo à sua trajetória.
A dança fala através dos gestos, mas o que esta fala diz, está longe de se fazer entender. E nem poderia, uma vez que se ocupa do sensível e não de sua especulação na faculdade do entendimento. É por isto que o gesto se mantém na sua dimensão mais primordial, enquanto célula de movimento.
Quando pensamos na coreografia, logo nos vem à cabeça a série de movimentos articulados que a constitui. Ela é um conjunto de movimentos, que suscitam possibilidades de sentido que justificam sua efetuação.
Quando nos lançamos a organização dos gestos na coreografia, ficamos preocupado com uma construção de movimentos agregados as dimensões simétricas do espaço e do tempo. Neste esforço a dança é negociada como figura, para garantir a eficiência e a funcionalidade da composição. Quando a produção fica alheia ao processo, há uma subtração da criação, para garantir a determinação do produto no compasso instituído. A efetuação da composição, portanto, se desenvolve como um hiper-texto. A cada traço de gesto, possibilidades de sentido vão sendo abortadas, marcando uma realidade plural da atuação que, por isto mesmo, não pode ser resumida sob os contornos da representação. Desta maneira, por se comportar como cifra, no enigma do gesto, a composição traduz a complexidade do símbolo artístico, abrindo possibilidades de re-organização do itinerário gestual, segundo as demandas da atuação.