comportamentos
Comportamento parental de mães adolescentes (*)
ANA ISABEL CARLOS (**)
ANTÓNIO PIRES (**)
TELMA CABRITA (**)
HELENA ALVES (**)
CÁRMEN ARAÚJO (**)
MARIA HELENA BENTES (**)
O fenómeno da gravidez e maternidade na adolescência pode estar a diminuir, mas mantêm-se com valores elevados em muitos países (Figueiredo,
2001) e nos vários sectores da sociedade (Spieker
& Bensley, 1994). Em Portugal o número de mães adolescentes tem vindo a diminuir, no entanto,
Portugal encontra-se na dianteira dos países europeus relativamente às taxas de gravidez na adolescência
(Vilar & Gaspar, 2000), sendo já o segundo país da União Europeia com a mais elevada taxa de gravidez na adolescência (Instituto de Estatística,
1999, citado por Canavarro & Pereira, 2001). Verifica-se, então, que o fenómeno da gravidez na adolescência não é novo, mas actualmente tem maior
(*) Agradecemos a todas as mães do Aparece (Centro de Atendimento a Adolescentes) do Hospital S. João de
Deus, que foram acompanhadas na consulta de Pediatria, assim como às da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, da Ajuda de Mãe e dos Centros de Saúde de Loulé e
Almancil, cuja contribuição se tornou fundamental para que esta investigação se concretizasse.
(**) Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Lisboa.
visibilidade, sendo alvo de maior atenção e cuidados especiais por vários motivos.
Existem vários factores de risco que podem interferir nas capacidades parentais das mães adolescentes. Estas jovens pertencem, geralmente, a famílias numerosas, com problemas socio-económicos (Garrett & Tidwell, 1999), monoparentais, com um ambiente familiar caracterizado por stress, pressão e conflitos (Ravert & Martin, 1997, citado por Canavarro & Pereira, 2001) e que apresentam maior disfuncionalidade e rigidez (Lourenço, 1998).
Outro factor importante é que a maioria destas adolescentes engravida fora do casamento ou de uma relação afectiva pouco