Comportamento organizacional
Fernando Nogueira Dias
As interacções sociais, ao nível das relações face-a-face, estão sujeitas à influência de um conjunto de variáveis de carácter manifesto ou latente, que lhes determinam, ou pelo menos influenciam, a condução dos processos comunicacionais. Os padrões de interacção resultantes das relações entre os indivíduos são consequência, por um lado, da aleatoriedade humana e, por outro, da previsibilidade que a vida em sociedade possibilita.
Comunicar torna-se, assim, uma arte de bem gerir mensagens, enviadas e recebidas, nos processos interaccionais. Mas não só. O tempo, o espaço, o meio físico envolvente, o clima relacional, o corpo, os factores históricos da vida pessoal e social de cada indivíduo em presença, as expectativas e os sistemas de conhecimento que moldam a estrutura cognitiva de cada actor social condicionam e determinam o jogo relacional dos seres humanos.
Conhecer alguns dos factores que podem constituir barreiras à compreensão, ao sentir e ao agir dos actores sociais que pretendem interagir é o propósito que nos orienta. Assim, podemos equacionar uma estrutura de variáveis interaccionais que, nos processos de comunicação humana, tanto podem facilitar como barrar ou constituir fontes de ruído às relações face-a-face.
Factores Pessoais
Factores pessoais. Compreendem um conjunto de aspectos que passamos a referir. O nível de profundidade de conhecimento que o indivíduo tem e revela na decorrência do processo conversacional, ou, o nível de conhecimento que os outros intervenientes lhe atribuem ou reconhecem ter sobre o assunto a tratar. Este aspecto pode conduzir à maior ou menor credibilidade a atribuir ao emissor e trazer-lhe um estatuto que pode marcar o desempenho do seu papel enquanto comunicador.
Outro aspecto a considerar nos factores pessoais diz respeito à aparência do sujeito enunciador do discurso. Não há nesta matéria aspectos morais a considerar, no que se refere a padrões de referência.