comportamento moderno e contemporaneo
E quando a presença que vigia não pode se dar de fato, é preciso que o superior, aquele que cuida, esteja dentro do outro, interiorizado no sujeito. Ou seja, as normas e regras sociais deviam ser interconectadas pelos indivíduos, para que ele mesmo controlasse o seu comportamento. Assim o poder garante uma formação contínua. Só assim o poder sabe que o outro estará permanentemente sendo observado: ou por um superior que tem autoridade e saber para tanto ou pelo próprio indivíduo, que interiorizou o olhar do superior e as normas de sua sociedade. Isto faz com que o sujeito moderno esteja eternamente sendo vigiado. Esta forma de exercício do poder acabou gerando indivíduos bloqueados em sua liberdade de escolha de sua forma de ser.
Apesar de ainda garantir a individualização dos seres, o Estado moderno surge como uma estrutura na qual os indivíduos são incorporados segundo alguns critérios que submetem a todos a um conjunto de moldes e padronizações. Para viver em sociedade, os indivíduos precisavam aprender e assimilar certas normas e comportarem-se de acordo com critérios estabelecidos e considerados normais. Para o homem moderno era importante perceber-se como normal e ser aceito pelos demais e, para isto, era necessário adaptar-se aos modelos sociais vigentes. Percebe-se que a questão da normalidade era muito importante na era moderna.
Esta configuração do poder moderno de inscrever os indivíduos em territórios concretos, em instituições de controle social, remete à questão do surgimento e do apogeu das