Comportamento alimentar em moradia estudantil
Rev. Saúde Pública v.41 n.2 São Paulo abr. 2007 http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102007000200005 ARTIGOS ORIGINAIS Comportamento alimentar em moradia estudantil: um espaço para promoção da saúde
Hayda Josiane Alves; Maria Cristina Faber Boog
Departamento de Enfermagem. Faculdade de Ciências Médicas Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP, Brasil
Correspondência
RESUMO
OBJETIVO: Descrever qualitativamente o comportamento alimentar de estudantes residentes em moradia universitária.
MÉTODOS: Estudo quanti-qualitativo realizado com uma amostra sorteada de cem estudantes universitários, residentes em moradia estudantil no município de Campinas, SP, em 2004. Foram feitas entrevistas utilizando-se formulário para colher o recordatório alimentar nas últimas 24 horas, incluindo questões abertas relativas ao sistema de compras e práticas de consumo. Foram criados critérios para análise da qualidade das refeições. Foram utilizados os testes qui-quadrado e o exato de Fisher, ao nível de significância de 5%. Nas entrevistas foram obtidos e analisados dados de natureza representacional, com base na teoria das representações sociais de Moscivici.
RESULTADOS: Avaliação do recordatório 24 horas: desjejum, 30% não consumiram, 13% foram completos, 37% padrão e 20% incompletos; almoço, 5% não consumiram, 72% consumiram refeição completa e 23% incompleta; jantar, 1% não consumiu, 36% foram completos e 63% incompletos. A refeição de melhor qualidade foi o almoço, e dos estudantes que almoçaram, 63% o fizeram no restaurante universitário. Dos entrevistados, 48% não ingeriram nenhuma fruta e 39% não ingeriram leite no dia. A maioria (69%) apresentou comportamento alimentar individual e 43% consideraram que o fato de comer em companhia alterava positivamente sua alimentação. A experiência de passar a prover a própria alimentação modifica comportamentos e representações entre os estudantes