Comportamentalismo
A terapia comportamental teve origem no início da década de 1950, numa tentativa de separação da dominante perspetiva psicanalítica aplicando princípios de condicionamento clássico, operante e da aprendizagem social no tratamento de uma variedade de problemas comportamentais. Esta estratégia terapêutica fundamenta-se na abordagem comportamentalista, que analisa o processo de aprendizagem, desconsiderando os aspetos internos que ocorrem na mente do agente social, centrando-se no comportamento observável.
De acordo com Rimm e Cunningham (1988), a terapia comportamental:
toma como objeto o comportamento ou os processos próximos do comportamento manifesto;
é centrada no aqui e no agora;
assume que os comportamentos inadaptados são adquiridos por aprendizagem, do mesmo modo que quaisquer outros comportamentos;
estabelece objetivos terapêuticos específicos e bem definidos;
não aceita a teoria dos traços;
acentua e privilegia o interesse da obtenção de apoio empírico para as suas técnicas e métodos.
As técnicas hipnoterapeutas baseiam-se em constructos que têm vindo a ser propostos, subjacentes aos sucessivos paradigmas que propõem explicar e enquadrar o comportamento humano, entre eles o comportamental, o cognitivo-comportamental e o psicodinâmico (Heap e Aravind, 2002).
Neste trabalho, serão abordados os principais modelos teóricos subjacentes ao comportamentalismo, bem como a aplicação destes princípios em técnicas de terapia comportamental e hipnocomportamental.
2. O MODELO DO CONDICIONAMENTO CLÁSSICO
2.1. O Contributo de Pavlov
Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936), fisiologista russo, ao medir a reposta salivar de cães constatou que estes animais não só salivavam na presença de comida (estímulo incondicionado; EI), como também perante outros estímulos que lhes eram apresentados associados à comida, como o som de uma campainha (estímulo neutro; EN) (Pavlov, 1902). Os resultados destas