Complexos Tetraédricos e o Efeito Jahn Teller
Os complexos tetraédricos tetracoordenados são os segundos em abundância após os complexos octaédricos. Um complexo tetraédrico está relacionado a um cubo, em que um átomo se situa no centro do cubo e quatro dos oito vértices do cubo são ocupados por ligantes.
Os orbitais eg apontam para o centro das faces e os orbitais t2g apontam para o meio das arestas do cubo. A direção de aproximação dos ligantes não coincide exatamente nem com os orbitais eg, nem com os orbitais t2g. Os orbitais t2g estão mais próximos dos ligantes que os orbitais eg.
A aproximação dos ligantes aumenta as energias de ambos os conjuntos de orbitais, mas a energia dos orbitais t2g sofre um aumento maior, pois estão mais próximos dos ligantes. Pode-se notar que o desdobramento dos orbitais provocados pelo campo cristalino dispõe os níveis energéticos numa sequência inversa daquela observada nos complexos octaédricos.
A magnitude do desdobramento do campo cristalino Δt em complexos tetraédricos é consideravelmente menor que em campos octaédricos. Há duas razões para isso: a direção dos orbitais não coincide com a direção de aproximação dos ligantes. E uma segunda diferença é que o parâmetro de desdobramento do campo ligante em um complexo tetraédrico, Δt, é menor que o Δo, como se espera para complexos com menos ligantes, com nenhum deles orientado diretamente para os orbitais d. Portanto, o emparelhamento não é favorecido do ponto de vista energético e todos os complexos tetraédricos são de spin alto.
As energias de estabilização do campo cristalino podem ser calculadas exatamente da mesma maneira que para os complexos octaédricos, a diferença está somente na ordem da ocupação (e antes de t2)1 e na contribuição de cada orbital para a energia total.
Para metais com configurações d0, d5, d10 a EECC (estabilização da energia do campo cristalino) é igual a zero. Para todas as demais configurações a EECC é diferente de zero, sendo a EECC octaédrica maior que a EECC