Complexidade - cargos em comissão e meritocracia

Introdução
No contexto dos sistemas de liderança na Administração Pública Federal direta, mais especificamente no Poder Executivo, há muita disparidade entre modelos de distribuição de cargos em comissão, funções gratificadas ou comissionadas e gratificações por atividades específicas. Essa variedade de tratamento se reflete, basicamente, em desequilíbrios nas definições de amplitudes de comando e, especialmente, na complexidade das atividades que resultam por remunerar as diversas funções de trabalho.
A análise das várias configurações que o sistema de liderança se amolda acaba por derivar para a inteligibilidade dos fenômenos remuneratório e funcional, bem como da adoção da meritocracia como fundamento para designação de servidores para desempenho dessas funções.
Por vezes, parece inevitável que a abordagem das estruturas organizacionais seja precedida pela necessidade de cargos comissionados. No contexto administrativo, estrutura costuma convergir para a estratégia. Por outro lado, no setor público, a necessidade de acomodar pessoas, não raro, distorce arranjos estruturais – ao arrepio da lógica estratégica.
Nesse ambiente, a prevalência de determinantes políticas sobre a burocracia, estabilizada por força constitucional, promove divergências que enfraquecem as bases institucionais e dificultam, inclusive, o alcance das metas governamentais. A infiltração de veios políticos sobre o corpo burocrático e a postura refratária do quadro técnico às diretrizes de governo criam uma camada conflituosa, onde os servidores concursados se entendem defensores do Estado frente às políticas governamentais – estas cada vez mais efêmeras e fisiológicas – e o governo se sente legitimado pelo voto popular a ser a própria personificação do Estado.
Entre a visão corporativa dos servidores de carreira e a premência pela implantação de projetos e planos de governo, a definição das estruturas de gestão se torna uma tarefa complexa. Em muitos casos, a formatação das estruturas