COMPETIÇÃO TRÓFICA ENTRE FUNGOS DE AMBIENTES INTERIORES E BACTÉRIAS DE CAVIDADES VULCÂNICAS

Competição trófica entre fungos de ambientes interiores e bactérias de cavidades vulcânicas

Ana Faria, André Fagundes, Luís Neves, Mariana Aguiar, Nuno Almeidae Félix Rodrigues
Universidade dos Açores – Campus de Angra do Heroísmo - Portugal

Resumo:

Investigações na área da antibiose levaram ao desenvolvimento de um grande número de antibióticos para o combate de infecções microbianas, mas poucos estudos têm sido feitos em termos da capacidade fungicida das bactérias. É neste contexto, o de verificar a existência de propriedades antimicóticas de bactérias que se enveredou por esta investigação.
Em primeiro lugar pretendeu-se verificar a existência ou não de amensalismo, ou seja, das possíveis relações desarmónicas entre fungos e bactérias de dois ambientes distintos, observando se estes segregavam ou expeliam substâncias que pudessem inibir ou impedir o desenvolvimento das outras espécies.
Nesta investigação recolheram-se fungos em placas de Petri com PDA em diversos ambientes interiores do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, por deposição gravítica, e bactérias das paredes da Gruta das Agulhas, localizada na freguesia do Porto Judeu, na ilha Terceira – Açores, pela técnica da zaragatoa em PCA, num total de 16 placas de cada um dos meios.
Verificou-se que de facto parece existir amensalismo, de fungos que impedem o crescimento das bactérias recolhidas na Gruta das Agulhas, e de bactérias dessa cavidade vulcânica que impedem o crescimento dos fungos colhidos nos ambientes interiores.
Nas dezasseis amostras colhidas na Gruta das Agulhas, não se encontraram colónias de fungos, enquanto nos ambientes interiores, apesar de dominarem os fungos, existiam bactérias viáveis.
Numa fase posterior inocularam-se bactérias da Gruta das Agulhas em placas cultivadas com fungos e fungos em placas cultivadas com bactérias. Verificou-se que existe amensalismo, onde as espécies que dominam são aquelas que primeiro se instalam. Tal facto poderá