Como A Mulher Do S Culo XVIII Era Criada Na Fran A
“A mãe que aconchega ao seio o filho, fazendo de um pequenino ser um homem, a mulher trabalhadeira e inteligente, que faz do trabalho um lenitivo e dá à vida o conforto e a paz, hão de ser os símbolos imperecíveis da civilização que já se esboça neste século de audácias, conquistas e descobertas mecânicas sensacionais.
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Sendo sempre na família e, por isso, na situação da mulher que se deve ir procurar o estado físico e moral dos povos, porque é da família que se evola a alma vigorosa que engrandece as sociedades, diremos o que foi a sociedade no século XVIII.
Se as sociedades humanas têm caído por depressões morais, é porque nelas a mulher nunca teve o seu merecido lugar de ação.
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A educação da aristocracia no século XVIII foi detestável. A mulher não tinha infância; a sua primeira educação consistia em fazer da criança uma pequena grande dama, maneirosa e de graças artificiais. Antes de saber ler, à pequenina nobre ensinava-se fazer reverências. Quando a mandavam às Tulherias, recomendavam-se que não saltasse, que não corresse, que mantivesse um ar de grande senhora.
Se ia a um baile infantil, punhamlhe cabeleira postiça com grinalda de flores, e proibiam-lhe que se despenteasse. Muito cedo ia para o convento, onde lhe era dada uma educação meio mundana, meio ascética, uma educação que ia desde o catecismo à lição de reverências. Nos conventos amontoavam-se esposas divorciadas, amantes de príncipes, viúvas mais ou menos inconsoláveis e toda essa população dava ao convento um ar hipócrita e mundano, tão deletério para as jovens educandas. Nos claustros repercutiam os ecos mundanos de Versalhes e de Paris!...
Nesse século a mulher não tinha mãe, como não tinha infância. Via o filho ao nascer e no dia em que voltava da casa da ama; durante os poucos anos que sua filhinha passava em casa, ficava sob os cuidados da mestra, num andar, à parte, donde descia para ver a mãe e com ela