Como a experiência consciente pode afetar o cérebro?
http://cogprints.org/2750/01/JCSVelmans2001.final.htm
Max Velmans, Departamento de Psicologia, Goldsmiths, University of London, New Cross, London SE14 6NW, England. Journal of Consciousness Studies, 9(11), 2002, pp.3-29. (Artigo produzido para edição especial)
RESUMO
No nosso dia-a-dia, aceitamos que possuímos controle consciente de algumas de nossas ações, e que a parte de nós que exerce esse controle é a mente consciente. A medicina psicossomática também assume que a mente consciente pode afetar os estados corporais, amparada na evidência de que a utilização de sugestão imagética, hipnose, biofeedback2 e outras “intervenções mentais” podem ser utilizadas em diversos tratamentos. Entretanto, não há qualquer teoria aceita a respeito da interação entre a mente o corpo, e isso tem um efeito negativo sobre a aceitação da causação mental na ciência, na filosofia e em diversas áreas da prática clínica. Os relatos biomédicos tipicamente traduzem os efeitos da mente em termos de efeitos do funcionamento do cérebro, explicando, por exemplo, as interações em termos da interconexão e do controle recíproco dos sistemas cortical, neuroendócrino, autonômico e imunológico. Tais relatos são instrutivos, mas são implicitamente reducionistas, e evitam responder a questão sobre como as experiências conscientes podem ter efeitos corporais. Por outro lado, os relatos não-reducionistas precisam lidar com três problemas: 1) O mundo físico parece causalmente fechado, o que parece não deixar espaço para a intervenção consciente. 2) Ninguém é consciente do seu próprio processamento cerebral/corporal e, sendo assim, como seria possível controlar esse processamento conscientemente? 3) As experiências conscientes parecem acontecer tarde demais para afetar causalmente os processos com os quais estão obviamente relacionados. O presente artigo sugere que o “controle mental consciente” precisa ser parcialmente entendido em