Como trabalhamos com grupos?
Consoante Pichon Rivière, o grupo operativo é um conjunto delimitado de pessoas que se apresentam, de forma explícita ou implícita a uma tarefa que integra seu propósito atuando por meio de complexos e mecanismos de assunção de papeis. Segundo Pichon, todo grupo operativo é terapêutico – embora o inverso não seja necessariamente verdadeiro. Ademais, o grupo operativo é um instrumento de trabalho e um método de investigação. Para que um grupo seja considerado terapêutico ele deve apresentar uma tarefa e, por meio do processo operativo, ser passível de elucidar dificuldades individuais, rescindir com os estereótipos e identificar os obstáculos que impedem o desenvolvimento de um indivíduo e, ainda, ajuda-lo a ser autônomo na resolução de seus próprios problemas. Pichon Rivière inseriu os grupos operativos na década de 1940, na Argentina. A teoria de Pichon teve significante influência da teoria psicanalítica, com a qual ele familiarizou-se antes de sua faculdade de medicina. De acordo com Pichon, o indivíduo é um resultante das relações dinâmicas entre sujeito e objetos – sejam eles internos ou externos – e sua comunicação dialética com o vínculo. O vínculo é caracterizado como uma estrutura complexa composta por sujeito, objeto e a inter-relação que eles estabelecem com os processos de comunicação e aprendizagem. Por meio de suas experiências com pacientes hospitalizados, Pichon postula que há uma interação evidente entre paciente e grupo familiar, oriunda da instituição em que o paciente se tratava. A partir disso, Pichon estabelece alguns conceitos (a saber, porta-voz, depositário, depositante e depositado) e elabora sua teoria pautada em um indivíduo que está inserido em grupo, considerando a verticalidade (interseção entre a história pessoal e o