Como Os Pr Ncipes Do Destino Se Tornaram Brasileiros
Antigamente, na terra dos iorubas, quando uma criança nascia ela ficava sob a proteção de um dos dezesseis príncipes do destino, os odus.
Assim, cada homem e cada mulher sabia que sua vida dependia do destino que o seu odu lhe dava.
E todos se apegavam ao seu príncipe regente para agradá-lo e ser por ele agradado.
Faziam oferendas a eles, rezavam para eles.
O odu, através de suas histórias, abria a estrada do destino, apontava as oportunidades e os pendores de cada um, mostrava os horizontes, orientava.
Cada um tinha que tomar cuidado com seu destino, agir segundo as recomendações das histórias do passado, respeitando as tradições e todos os tabus que o destino reservava a cada um.
Mas a vida pertence, sobretudo, a quem a vive e o príncipe odu de cada um não podia ajudar quem a si não se ajudasse.
Além de ter um destino que acenasse para uma vida feliz, esse povo sabia que cada pessoa também dependia de uma cabeça boa e equilibrada e das oferendas que fizesse aos orixás para merecer seus favores e sua proteção.
Os dezesseis príncipes eram sempre consultados,
Quando alguém tinha algum problema.
Eles sabiam de tudo, eles sabiam de cada um.
Eles mostravam as soluções, ajudavam a afastar os males, aplacavam a dor e consolavam.
Eram guias, eram mestres, eram fontes do saber. pois tudo estava previsto nas historias dos odus.
O povo dos príncipes do destino seguia lutando pela vida.
Os príncipes do destino não vinham mais à Terra dos homens,
Habitavam o Céu dos orixás.
Mas seus sucessores humanos, os adivinhos iorubas, respondiam por eles, os substituíram.
Por meio de um procedimento mágico que conhecemos pelo nome de jogo de búzios, os odus mostraram aos adivinhos como orientar a vida dos seres humanos.
Mas vieram dias terríveis para esse povo africano, e isso aconteceu dois ou três séculos atrás.
Os iorubas foram vencidos em muitas guerras, suas cidades foram destruídas e seu povo dizimado.
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