Como negociar com a áfrica do sul
Fatores estruturais
A África do Sul pode ser dividida em “antes” e “depois” de 1994, ano em que Nelson Mandela, líder negro que ficou preso por 27 anos por lutar contra o apartheid (separação racial), venceu a eleição (EMBAIXADA DA ÁFRICA DO SUL, 2012). Não é possível analisar a sociedade, economia e cultura da África do Sul de hoje, sem levar em conta os condicionantes históricos que influenciaram a formação do país. Por mais de três séculos, além das disputas dos colonizadores europeus pelo território sul-africano, havia também as disputas tribais, bem como entre as tribos e os colonizadores. Isso deu à África do Sul uma marca de guerra, mortes e destruição. Depois de diversas invasões dos colonizadores (aos Boers, por exemplo, da qual participou, inclusive, Winston Churchill como militar) e de tomadas de poder regional por algumas tribos, como os Zulus em 1867, a África do Sul ainda não era considerada uma nação. Quando se dá a conciliação entre os Boers e os Britânicos, foi proclamada a União da África do Sul, mas, a partir do momento em que ocorre um crescimento demográfico na população negra, os britânicos começam a se preocupar e os privam de todos os direitos políticos, realizando o chamado “apartheid” (ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA, 2012). A imagem a seguir representa com clareza a segregação racial característica do apartheid na vida cotidiana na África do Sul dessa época:
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Figura: Entrada do Museu em Johanesburgo: “brancos” e “não-brancos”
Fonte: THE AFRICA FELLOWSHIP, 2010.
O quadro da segregação racial permaneceu o mesmo até 1990, momento em que o presidente FW Klerk mostrou seu repúdio ao apartheid e revogou as leis que discriminavam os negros. Nelson Mandela, que havia sido o grande líder da revolução por direitos iguais por parte dos negros, junto ao Arcebispo Desmond Tutu, trabalhou em parceria com Klerk para mudar esse caráter