Como lidar com paciente em fim de vida
Cuidar de uma pessoa em fase terminal integra um grande e complexo desafio, não só para os profissionais e cuidadores, como para a sociedade.
O profissional deve refletir sobre o que a morte representa para a pessoa como indivíduo e para os que o rodeiam, o que envolve uma relação de aproximação com o paciente para o conhecer e à sua realidade, compreender o que ele sente e pensa, tendo isso em conta e dando-lhe importância. Ou seja, o envolvimento do profissional é fundamental.
Quando se cuida de um doente em fim de vida, deve ter-se sempre em conta, não só os princípios éticos e morais que envolvem a relação estabelecida, mas também a implicação de uma relação interpessoal onde os aspetos emocionais, culturais e espirituais devem ser considerados e valorizados.
Então, mais do que atender às necessidades físicas do doente em fim de vida (essencialmente antibióticos para alivio de dores/sofrimento, por exemplo), o doente deve ser considerado com todo o respeito que exige a pessoa humana, na medida em que particularizar as suas necessidades é uma prioridade a fortalecer pelos profissionais, familiares ou outros cuidadores, respeitando-o nas suas crenças e desejos, dando ao desenrolar da morte a possibilidade de um decurso, realizado de forma natural, rumo a um fim digno e sereno. Por exemplo, caso o doente queira saber do seu diagnóstico e o seu estado de saúde lhe permita, deve-se transmitir-lhe, sem lhe tirar esperança, a situação, preservando a autonomia do cliente e o seu poder de decisão, tendo em conta a sua opinião. Ou, respeitando, por exemplo, o seu desejo de morrer em casa, adotando um modelo de cuidados que leve em consideração decisões autónomas do paciente na busca de sua proteção. Ou seja, além de mera assistência física, é necessário dar suporte psicossocial e proporcionar a melhor qualidade de vida possível no tempo que