como faziamos...
Estocar carnes e frutas era uma tarefa árdua até o século 19. Na Europa, para aumentar a validade desses alimentos, os homens salgavam as carnes, secavam as frutas e deixavam-nos em um quartinho escuro, longe da luz e do calor. Já no Brasil, a abundância de frutas frescas tornava o estoque desnecessário. Quanto às carnes, em vez de guardá-las em locais escuros, os brasileiros deixavam-nas expostas ao sol. O costume deu origem à carne-de-sol, tão comum no Nordeste do país. No século 18, os ricos europeus criaram as primeiras geladeiras: um buraco em alguma parte da casa, cheio de gelo ou neve e palha. Havia até mesmo um profissional, responsável por buscar a neve nas montanhas, os “geladeiros”. Eles recolhiam neve no inverno e estocavam em poços escavados em partes altas das cidades, para vender no verão. “A comida durava de um inverno a outro”, diz Raffaella Sarti, professora de história da Universidade de Urbino, na Itália. Foi só no século 19 que apareceram as primeiras geladeiras. O inventor americano Jacob Perkins patenteou, em 1834, a primeira máquina refrigeradora que usava éter em um ciclo de compressão de vapor (mais tarde, o líquido foi substituído por amônia e hidrogênio). As geladeiras eram restritas aos ricos até a metade do século 20, quando começaram a se popularizar.... Móveis
As casas européias comuns, até o século 16, pareciam salões de festas: sem divisões de cômodos e com os pouquíismos móveis que existiam até então. As roupas e os raros objetos pessoais da gente comum eram guardados em cestos. No século 19, esses cestos foram substituídos por baús, que também serviam de assentos. Mesas e cadeiras só tornaram-se comuns durante o século 18. As camas, que existiam desde a época grega, eram um luxo para poucos e, aqui no Brasil, chegavam a fazer parte do dote de moças. Pobres e ricos dormiam no chão, sobre um pouco de palha, mas visitantes tinham que ser recebidos em leitos. No Brasil, sob influência dos costumes indígenas,