“Como cada um de nós chegou a ser o que é hoje?”

O texto tem como finalidade responder esta questão visando elaborar uma proposta pedagógica para o ensino infantil, com o objetivo de inserir a criança em seu mundo, colocando-a como sujeito da sua vida. Para isso, os autores utilizam três concepções oriundas das teorias de desenvolvimento humano: a inatista, a ambientalista e a interacionista.
A primeira defende que as características do indivíduo são originadas a partir de seu nascimento, hereditariamente, tanto as de ordem física quanto as psicológicas e comportamentais. Assim, as fases de desenvolvimento do indivíduo não seriam alteradas pelo meio, já estando predeterminadas, e suas capacidades são desenvolvidas através de um processo de maturação do sistema nervoso. Exemplos disso são as ações que as crianças realizam em época similares, como falar e andar.
Nesta concepção, o papel da educação e do ambiente é reduzido e contribuiu para influenciar a formulação de algumas teorias pedagógicas e suas práticas educativas. A ênfase dada à hereditariedade fez com que alguns educadores deixassem a questão educacional em segundo plano, dando lugar ao que foi herdado da família.
A concepção ambientalista destaca o papel do ambiente e dos estímulos na educação, e seus defensores pregam que as crianças precisam ser modeladas já que não nascem com características psicológicas predeterminadas. Esta visão confere ao ser humano a capacidade de adaptar-se a diferentes ambientes, sendo a educação realizada por adultos a principal responsável pelo desenvolvimento e molde do caráter do individua na infância.
A terceira e última concepção, chamada de interacionista, engloba tanto o biológico quanto o social. Nela, as características herdadas biologicamente preparam a criança para a forma como agir no meio social, sendo possível modificar este meio que, por sua vez, também é capaz de modificar as características da criança. Como um feedback, esta relação é recíproca devido a interação do indivíduo com o