Como anda Salvador
Filho e no interior de Lauro de Freitas e Camaçari, assim como em certos locais de
Salvador, como Alagados, São João, Boa Vista do Lobato, Periperi, Fazenda Coutos,
Bairro da Paz, Águas Claras e Cajazeiras, como evidenciam os Mapas 6, 7 e 8.
Esse conjunto de dados é ilustrativo da segmentação social existente em
Salvador e em sua Região Metropolitana, onde coexistem espaços bem equipados, afluentes e aprazíveis, ao lado do que se poderia classificar como “territórios penalizados e penalizadores, situados no mais baixo nível da estrutura urbana e portadores de um estigma residencial poderoso” (Wacquant, 2001, p.120), que contribuem para a reprodução da pobreza e para a sua cristalização.
Diversos autores têm analisado esses “efeitos do lugar” de moradia, destacando a influência do território sobre as desigualdades de acesso ao mercado de trabalho e a bens e serviços urbanos, sobre a constituição de redes e sobre o acúmulo de capital cultural e social, que interferem significativamente sobre as oportunidades de integração, sobre as condições de vida e sobre a exposição a situações de risco e de vulnerabilidade social. (Bourdieu, 1999; Kaztman, 2001;
Kaztman; Wormald, 2002; Ribeiro, 2005; Marques; Torres, 2005).
No caso do Brasil, uma vasta literatura tem se debruçado sobre as favelas e periferias e ressaltado a sua destituição.