Comida e antropologia
A antropologia sempre mostrou grande interesse pela comida e pelo ato de comer. O comportamento diante a comida liga-se diretamente a nós mesmos e a nossa identidade social, sendo influenciados pelos hábitos alimentares de outras pessoas, como elas são influenciadas pelos nossos. Comer não é um ato autônomo do indivíduo, mas sim a origem da socialização, pois, nas formas coletivas de se obter a comida, foi que a espécie humana desenvolveu utensílios culturais diversos. Ao longo das épocas, as diferentes culturas humanas encararam a alimentação como conteúdos culturais, e com isso, pode-se afirmar que os nossos hábitos alimentares fazem parte de um sistema cultural cheio de símbolos, significados e classificações, dessa maneira a cultura é entendida na antropologia como um sistema simbólico. O comportamento diante a comida, revela rapidamente a cultura em qual cada pessoa pertence, estabelecendo relações com seus materiais culturais e permitindo escolhas. E este costume alimentar pode ir de uma civilização desde a sua eficiência produtiva e reprodutiva até a representações políticas, estéticas e religiosas, consideradas como uma identidade alimentar. O alimento é algo universal e geral, o que diz respeito a todos os seres humanos, e a comida é algo que define um domínio e põem as coisas em foco. Ambos são determinados culturalmente, transformando o alimento em comida. Outro aspecto da cultura está na formação do gosto, propriedades visuais e de textura, afetando, assim, como os indivíduos classificam os alimentos na sociedade. Sendo o primeiro e maior dos paradigmas do comportamento moral. A comida foi então um capitulo vital na história do capitalismo, muito antes dos dias de hoje. Mas a difusão dos alimentos modernos, provocada pela intensificação