Começando a construir um ponto de vista

A atuação dos políticos, o papel dos meios de comunicação e as ações do dia-a-dia remetem à ética,termo bastante discutido neste atual contexto de valorização do indivíduo perante a coletividade.Tem-se assim uma oportunidade de esclarecer o verdadeiro sentido da ética e entender como está presente na sociedade.
Há necessidade de distinguir-se ética de moral, uma vez que apesar dos termos apresentarem sentidos diferentes, muitas vezes é empregado como sinônimos: Por enquanto a moral caracteriza o conjunto de regras criadas pelo homem para possibilitar o convívio em sociedade, a ética faz referência a uma concepção individual do que seria bom ou ruim, logo agir de forma moral nem sempre corresponde agir de forma ética e vice-versa. A história é repleta de acontecimentos que contemplam a moral e a ética, exemplo disso é o famoso caso de Rosa Parks, costureira negra que em 1955, na cidade de Montgomery, no Alabama, Estados Unidos, desobedeceram à regra existente que concedia lugares nos ônibus para pessoas brancas, agindo de forma ética uma vez que entendeu que a cor da pele não deveria ser motivo para concessão de privilégios e de modo imoral,já que desobedecerá a moral vigente,que sim,estava equivocada.
O clamor por “ética na política” se faz ouvir em toda parte. Todavia, desconstruído pelo relativismo moral e pelo individualismo de nossos dias, qualquer clamor por “ética na política” carece de fundamentos coerentes que lhe permitam fazer pronunciamentos morais e moralizantes. Qual a base para se clamar por honestidade, sensibilidade, verdade, sinceridade, integridade e altruísmo na política se estes são conceitos considerados relativos e subordinados ao pragmatismo individualista, conforme a mentalidade de nossa época? Qual a base para se clamar em prol dos oprimidos, excluídos e sem-nada do nosso país se o ser humano é visto como fruto do meio e da seleção natural, onde sobrevivem os mais aptos, leia-se, os mais espertos, independentemente dos meios que se