Cometa brilhante
A educação é necessária para a sobrevivência do ser humano. Para que ele não precise inventar tudo de novo, necessita apropriar-se da cultura, do que a humanidade já produziu. Educar também aproximar o ser humano do que a humanidade produziu. Se isso era importante no passado, hoje é ainda mais decisivo numa sociedade baseada no conhecimento.
O professor precisa saber, contudo, que é difícil para o aluno perceber essa relação entre o que ele está aprendendo e o legado da humanidade. O aluno que não perceber essa relação não verá sentido naquilo que está aprendendo e não aprenderá, resistirá à aprendizagem e será indiferente ao que o professor estiver ensinando. Ele só aprende quando quer aprender e só quer aprender quando vê na aprendizagem algum sentido. Ele não aprende porque é “burrinho”. Ao contrário: às vezes, a maior prova de inteligência encontra-se na recusa em aprender.
Aprender vem de ad (junto de alguém ou algo) e praehendere (tentar prender, agarrar, pegar). Aprendemos porque somos seres inacabados: as tartarugas nascem “sabendo” o que precisam. Nascem na praia, sem a presença da mãe. Mesmo assim, elas “sabem” que deve ir logo para o mar, caso contrário podem acabar na boca de algum predador.
Como diz Freire: “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina a aprender”.
Só aprendemos quando colocamos emoção no que aprendemos. Por isso, é necessário ensinar com alegria.
Um concurso para professores traça o perfil do candidato. Elabora questões. Define bibliografia. Define o processo de seleção: dá pesos diferentes (juízo de valor) às partes da prova escrita: faz, ou não, entrevistas; considera, ou não, o “tempo de serviço”, a experiência, a prática; considera ou não, os títulos... Um concurso para professores define “o professor” que quer. Somos escolhidos.
E nós professores, escolhemos também? Que sentido tem para nós nos submetermos ao processo de seleção? Queremos ser aprovados para